Néctar do Jaiva Dharma
(A Ciência da Alma)
Embora
seja verdade que os sadhus também vivem neste mundo, há uma diferença
significativa entre a vida terrena dos sadhus e a das jivas que
estão iludidas por maya. Apesar das vidas terrenas dos dois parecerem
ser a mesma coisa do ponto de vista externo, internamente há uma diferença
imensa. Além disso, a associação dos sadhus é muito rara, pois, muito
embora sempre haja sadhus presentes neste mundo, o homem comum não consegue
reconhecê-los.
Há
duas categorias de jivas que caem nas garras de maya. Umas estão
totalmente absortas em prazeres mundanos insignificantes, e tem este mundo
material na mais alta estima. Outras, sentindo-se descontentes com os prazeres
insignificantes de maya, empregam discernimento mais sutil na esperança
de atingir uma qualidade superior de felicidade. Por conseguinte, podemos
dividir as pessoas deste mundo em dois grupos: o daquelas que carecem da
faculdade de distinguir entre espírito e matéria e o daquelas que possuem esta
percepção espiritual.
Certas pessoas
chamam dedesfrutadores dos sentidos materiais aqueles que carecem de semelhante
percepção e de mumuksus, ou os que buscam a liberação, aqueles dotados
de percepção. Ao usar aqui a palavra mumuksu, não me refiro aos nirbheda-brahma
jnanis, aqueles que buscam o nirvisesa-brahma mediante o processo de
conhecimento monista. Nos sastras védicos, são conhecidas como mumuksus
as pessoas que estão aflitas diante das misérias da existência material, e
buscam sua identidade espiritual verdadeira. O significado literal da palavra mumuksa
é ‘desejo de mukti ’(liberação). Quando um mumuksu abandona
este desejo de liberação e se dedica a adorar Sri Bhagavan, seu bhajana é
conhecido como suddha-bhakti. Os sastras não mandam ninguém
abandonar mukti. Ao contrário, quando uma pessoa desejosa de liberação
adquire conhecimento da verdade sobre Krsna e as jivas, ela liberta-se de imediato.
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