quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Néctar do Jaiva-Dharma - II
(A Ciência da Alma – Apreendendo com Srila Bhaktivinoda Thakur)

(Meta dos Materialistas) 

Sadhya significa a verdade (tattva) alcançada por quem realiza uma prática específica. A prática, chama­da sadhana, é o meio adotado para alcançar esse sadhya (meta). As pessoas presas por maya encaram diferentes ob­jetos como a meta máxima da vida, conforme suas tendên­cias e qualificações individuais. Na realidade, só existe uma meta suprema.
São três as metas que se pode tentar alcançar, e indiví­duos diferentes escolherão uma ou outra de acordo com sua tendência e adhikara (elegibilidade). Estas três metas são: bhukti (gozo material), mukti (liberação) e bhakti (serviço devocional). Para aqueles enredados em atividades munda­nas e distraídos por desejos de prazer material, aceitam bhukti como sua meta escolhida. Os sastras são compara­dos a uma vaca que satisfaz todos os desejos (kama-dhenu), pois, por meio deles, o ser humano pode obter qualquer ob­jeto que deseje. Segundo explicam os sastras relacionados a karma-kanda, o gozo material é o sadhya  (meta) dos que estão aptos a ocupar-se em ações fruitivas. Estes mesmos sastras esboçam todas as variedades de prazer material pos­síveis de serem alcançados neste mundo. Por terem aceita­do corpos materiais neste mundo, as jivas são afeiçoadas ao gozo sensual em particular. O mundo material é um ambi­ente propício para o desfrute via sentidos materiais. O pra­zer desfrutado por meio dos sentidos, desde o nascimento até a morte, é conhecido como gozo pertinente a esta vida (aihika-sukha).
Há muitos tipos diferentes de prazeres sensuais que alguém poderá desfrutar no estado que atingir após a morte, os chamados amutrika-sukha  (prazeres pertinentes à pró­xima vida). Entre os prazeres da esfera celestial incluem-se, por exemplo, residir em Svarga (os planetas superiores) ou Indraloka (o planeta de Indra) e assistir a dança das moças da sociedade celestial conhecidas como apsaras; beber o néctar da imortalidade; cheirar as flores fragrantes e ver a beleza dos jardins nandana-kanana; presenciar as maravilhas de Indrapuri; ouvir as melodiosas canções dos
gandharvas; e estar na associação das donzelas celestiais conhecidas como vidyadharis.
Acima de Indraloka, estão, sucessivamente, os pla­netas Maharloka, Janaloka, Tapoloka e, por fim, Brahma­loka, o planeta mais elevado do universo material. Os sastras apresentam menos descrições de Maharloka e Jana­loka do que dos prazeres celestiais em Indraloka, e menos

descrições ainda de Tapoloka e Brahmaloka. Em contraste, o prazer sensual deste planeta Terra, Bhurloka, é dema­siado grosseiro. A regra é: quanto mais elevado o sistema planetário, mais sutis são os sentidos e seus objetos. Esta é a única diferença entre esses reinos, fora isso, a felicida­de disponível em todos esses planetas é o mero prazer dos sentidos, não há outra felicidade além dessa. A felicidade espiritual (cit-sukha) está ausente em todos esses planetas, pois a felicidade experimentada em tais lugares é relativa ao corpo sutil, o qual é formado pela mente, a inteligência e o ego, e é mera semelhança da consciência pura. O gozo de todos esses tipos de prazer chama-se bhukti. E o sadhana das jivas presas na armadilha do ciclo de karma consiste nas atividades por elas adotadas para satisfazer suas aspira­ções por bhukti.

‪#‎ConsciênciaDespertaPREMA‬