Néctar do Jaiva-Dharma - II
(A Ciência da Alma – Apreendendo com Srila Bhaktivinoda Thakur)
Sadhya significa a verdade (tattva) alcançada por quem realiza
uma prática específica. A prática, chamada sadhana,
é o meio adotado para alcançar esse sadhya (meta).
As pessoas presas por maya encaram diferentes objetos como a meta máxima da vida,
conforme suas tendências e qualificações individuais. Na realidade, só existe
uma meta suprema.
São três as metas que se pode tentar alcançar, e
indivíduos diferentes escolherão uma ou outra de acordo com sua tendência e adhikara (elegibilidade). Estas três metas são: bhukti (gozo material), mukti (liberação) e bhakti (serviço devocional). Para aqueles enredados em atividades mundanas
e distraídos por desejos de prazer material, aceitam bhukti como sua meta escolhida. Os sastras são comparados a uma vaca que satisfaz todos os desejos (kama-dhenu), pois, por meio deles, o ser humano pode obter qualquer objeto
que deseje. Segundo explicam os sastras relacionados a karma-kanda, o gozo material é o sadhya (meta) dos que estão aptos a ocupar-se em ações
fruitivas. Estes mesmos sastras esboçam
todas as variedades de prazer material possíveis de serem alcançados neste
mundo. Por terem aceitado corpos materiais neste mundo, as jivas são afeiçoadas ao gozo sensual em particular. O mundo material é
um ambiente propício para o desfrute via sentidos materiais. O prazer
desfrutado por meio dos sentidos, desde o nascimento até a morte, é conhecido
como gozo pertinente a esta vida (aihika-sukha).
Há muitos tipos diferentes de prazeres sensuais que
alguém poderá desfrutar no estado que atingir após a morte, os chamados amutrika-sukha (prazeres pertinentes à próxima vida). Entre os prazeres da
esfera celestial incluem-se, por exemplo, residir em Svarga (os planetas
superiores) ou Indraloka (o planeta de Indra) e assistir a dança das moças da
sociedade celestial conhecidas como apsaras;
beber o néctar da imortalidade; cheirar as flores fragrantes e ver a beleza dos
jardins nandana-kanana; presenciar as maravilhas de Indrapuri; ouvir as
melodiosas canções dos
gandharvas; e estar na associação das donzelas celestiais
conhecidas como vidyadharis.
Acima de Indraloka, estão, sucessivamente, os planetas
Maharloka, Janaloka, Tapoloka e, por fim, Brahmaloka, o planeta mais elevado
do universo material. Os sastras apresentam
menos descrições de Maharloka e Janaloka do que dos prazeres celestiais em
Indraloka, e menos
descrições ainda de Tapoloka e Brahmaloka. Em
contraste, o prazer sensual deste planeta Terra, Bhurloka, é demasiado
grosseiro. A regra é: quanto mais elevado o sistema planetário, mais sutis são
os sentidos e seus objetos. Esta é a única diferença entre esses reinos, fora
isso, a felicidade disponível em todos esses planetas é o mero prazer dos
sentidos, não há outra felicidade além dessa. A felicidade espiritual (cit-sukha) está ausente em todos esses
planetas, pois a felicidade experimentada em tais lugares é relativa ao corpo
sutil, o qual é formado pela mente, a inteligência e o ego, e é mera semelhança
da consciência pura. O gozo de todos esses tipos de prazer chama-se bhukti. E o sadhana das jivas presas na armadilha do ciclo
de karma consiste nas atividades por
elas adotadas para satisfazer suas aspirações por bhukti.
#ConsciênciaDespertaPREMA
#ConsciênciaDespertaPREMA
Nenhum comentário:
Postar um comentário