sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Smarana
(Lembrança)


Todos shastras indicam que a doença da existência material tem como causa o esquecimento de Deus e por isso para que se revele um remédio que cura essa doença foram trazidos os ensinamentos de smarananga Bhakti, ou seja a devoção cuja essência é a lembrança do Senhor.
Desde tempos imemoriais a alma se esqueceu do Senhor e assim tem se comportado de modo avesso a Ele. Essas almas por isso estão desprovidas de todo o conhecimento transcendental prisioneiras da condição de vida material. A conseqüência disso é que elas estão à mercê das triplas misérias da existência que arde como um fogo devorador passando pelo nascimento, morte, velhice e doença, perambulando esquecida de uma a outra espécie de vida. O único meio de acabar com esse esquecimento do Senhor é através da constante lembrança dEle.
O Bhagavad Gita diz: "Oh Arjuna, para aquele que se lembra constante e exclusivamente de Mim, Eu sou facilmente obtenível. Tal pessoa é o maior dos yogis."
"Aquele que fixamente se lembra de Mim sem desvio Me alcançará. Eu pessoalmente lhe darei o que falta e preservarei o que ele tem. Portanto, sempre lembre-se de Mim."
Menciona-se no Padma Purana que a lembrança do Senhor é o princípio maior acima de todas as regras e proibições. "Sempre se lembre do Senhor Vishnu e nunca se esqueça dEle, essa é a máxima maior acima de todas as regras e proibições."
Da mesma forma que os ministros devem obediência ao presidente, todas as regras e proibições das escrituras são subservientes ao lila Smarana. Na realidade existe apenas uma única regra que é lembrar do Senhor e uma única proibição que é o esquecimento dEle.
No Shrimad Bhagavatam 10.18.11, Shrila Jiva Gosvami Pada comenta: "O Senhor se dá diretamente aos devotos que se lembram de Seus pés de lótus. E o Senhor fica submisso a eles, ou seja, Ele fica sob o controle daqueles devotos que se lembram dEle."
Depreende-se disso que a lembrança de Shri Hari é a própria forma de vital de todo sadhana. E a fim de se praticar esse ítem de bhakti chamado Smarana é absolutamente necessário que a mente esteja fixa e concentrada. Enquanto a sujeira da lembrança de outras coisas não estiver sido removida do coração, ainda não se alcançou a qualificação para a prática de sadhana. Para adentrar nesse sadhana de Shri Harinama Sankirtana nenhum ritual purificatório é necessário, nem há regras e regulações, assim Harinama Sankirtana é executado como auxiliar do item de Smarana com a finalidade da purificação do coração.

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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Madana-mohana



"Krishna é conhecido como Madana-mohana porque Ele conquista a mente do Cupido. Ele também é conhecido como Madana-mohana porque aceita o serviço devocional das donzelas de Vraja e presta-lhes favores. Após conquistar o orgulho do Cupido, o Senhor ocupa-se na dança da rasa como o novo Cupido. Ele também é conhecido como Madana-mohana em virtude de Sua habilidade em conquistar as mentes das mulheres com Suas cinco flechas, chamadas: forma, sabor, aroma, som e tato. As pérolas do colar pendurado no pescoço de Krishna são tão brancas como patos, e a pena de pavão que decora Sua cabeça é colorida como um arco-íris. Seus trajes amarelos são como o relâmpago no céu, e o próprio Krishna é como nuvens recém-chegadas. As gopis (vaqueirinhas de Vrindávana) são como sinos de tornozelo em Seus pés, e quando, no campo, as nuvens derramam chuva sobre os grãos, parece que Krishna está nutrindo os corações das gopis, invocando Sua chuva de passatempos misericordiosos. Na verdade, os patos voam no céu durante a estação chuvosa, e também podem-se ver arco-íris nesta época. Em Vrindávana, como um vaqueirinho, Krishna divaga à vontade junto com Seus amigos, e ao tocar Sua flauta, todas as criaturas vivas, móveis e inertes, ficam arrebatadas em êxtase. Elas tremem, e lágrimas fluem de seus olhos. ..."

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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Aula proferida em 26.5.97 em New Vraja por Bhaktivedanta Narayana Maharaj (Livro: Em cada gota, um oceano):

"Vou começar contando-lhes uma história. Certa vez dois Vaishnavas chegaram a uma cidade. Um deles fez suas acomodações para viver debaixo de uma árvore da bengala. Próximo dessa árvore morava uma prostituta no segundo andar de um prédio muito belo. E o outro vaishnava foi viver em um templo bem no centro dessa cidade. O vaishnava da figueira tinha um humor próprio, diferente do estado mental do que foi morar no templo. O do templo pensava "Aquele vaishnava está ficando com a prostituta, e notava que muitas pessoas iam e vinham do local. E o Vaishnava que vivia próximo da prostituta pensava "Eu sou tão tolo e desafortunado que nem posso morar no templo. Meu amigo é que é feliz pois está sempre próximo das Deidades, executando kirtana cantando e se lembrando". E o vaishnava do templo continuava a pensar na prostituta e criticar o outro vaishnava. "eu sou muito sortudo, consegui ficar no templo e ele é muito miserável porque teve que ficar lá fora". Desse modo a mente do vaishnava do templo estava sempre absorta em críticas.
A inexorável morte veio para o devoto do Templo. Esse vaishnava viu que três figuras horrendas vinham na sua direção, ele indagou
  • "quem são vocês?"
  • "nós somos a morte. Somos os Yamadutas e viemos para levá-lo"
  • "Ah, vocês estão enganados, não sou quem vocês estão procurando. Essa pessoa vive ali com uma prostituta, eu sou um santo que vive no templo."
  • "Não, não. Estamos cientes de tudo isso. É você mesmo que estamos procurando."
  • "então, para onde vocês me levarão, para Swarga?"
  • Não, não. Nós o levaremos para um local dos mais degradados e lá o puniremos, porque você fica sempre criticando aquele outro vaishnava. E no entanto, o caráter dele é de sadhu, ele sempre pensa em você como alguém muito afortunado, pois, você mora no templo e está sempre cantando os santos nomes. "
Por fatos assim eu os aconselho a seguir as instruções de Rupa Gosvami de nunca criticar ninguém. Se alguém está executando atividades más, o único prejudicado é ele mesmo. E se você se por a criticar alguém, ficar olhando para o lado negativo do caráter de alguém, a conseqüência é que todas as más qualidades do criticado virão para o crítico que terá que encontrar com Yamaraja que irá puni-lo primeiramente. Por isso, tente sempre ver as boas qualidades dos Vaishnavas, e sempre se absorva em ouvir, cantar e lembrar de Krishna . Mesmo que se trate de pessoas que sejam sem casta e sem credo, se elas são más, ainda assim você não deve criticá-las. Tente sempre se lembrar de algo bom que existe nelas e sempre glorifique os devotos.

Esse é caminho correto. Rupa Gosvami e Swamiji (Shrila Prabhupada) nos dizem que devemos nos acautelar contra o criticismo.

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